Cerâmica Saramenha



Paulo Rogério Ayres Lage

Uma exposição no BDMG Cultural, dirigido pelo jornalista, Cyro Siqueira, me veio à lembrança, ao tentar abrir em Ouro Preto uma olaria.

Eram peças antigas da coleção de Ângela Gutierrez a emoldurar trabalho do, à época, último artesão da Saramenha, o oleiro Silvestre Guardiano Salgueiro, o Mestre Bitinho.

Era só buscar o “saber-fazer” das Saramenhas com o velho oleiro, que em sua Ouro Branco o mantivera vivo.

A história da Saramenha em Vila Rica recomeça aí. Busquei resgatar técnica e formas das antigas Saramenhas, tentando ainda adequar o uso de seu vidrado a  formas tradicionais de outras cerâmicas, desde que guardassem relação estética com as da lavra dos oleiros do cirurgião-mor Vieira de Carvalho.

É a história e o ensino dessa técnica, com o estudo das formas e funções da pioneira cerâmica de Ouro Preto– incluindo o lançamento do livro “Cerâmica Saramenha – A Primeira Manufatura de Minas Gerais” que abre em nobres companhias o Espaço Saramenha Artes e Ofícios.

Quem sabe a fazer ressurgir a arte da cerâmica, meio desaparecida das terras dos Inconfidentes? Quem sabe a fazer ressurgir a força do Barro na vida cotidiana de uma Minas, guardiã de tantas tradições.